terça-feira, 29 de setembro de 2009

All the red inside my head.

Essa é da Clara que eu amo muito.

Eu ainda podia sentir seu cheiro no vazio ao meu lado. Era como se você nunca tivesse me deixado. Como se você estivesse sempre aqui.

[flashback]
Cheguei em casa no horário de sempre.
- Amor, voltei.
Pela primeira vez em anos, você não me respondeu. Achei que estivesse dormindo.
Tinha tido uma semana difícil. Problemas na família e no trabalho. Pequenas brigas entre nós duas, mas nada muito sério. Com certeza a morte do irmão tinha sido o pior.
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Virei-me na cama e inspirei fundo, tentando me lembrar dos nossos momentos mais felizes. Mas não consegui. Todas as imagens que vinham na minha cabeça eram aquelas que eu mais queria esquecer.

[flashback]
Gelei ao perceber o sangue espalhado nas paredes da sala. Segui os corredores manchados, que, para meu desespero, me levaram até nosso o quarto. Abri a maçaneta ensangüentada, e me deparei com uma cena que jamais vou esquecer.
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As lágrimas rolavam pelo meu rosto, levando com elas todas as minhas alegrias, e me deixando sozinha com o que restou de você: Memórias... Apenas memórias. Memórias que eu quero queimar.

[flashback]
Em cima dos lençóis que até hoje eram brancos, eu pude ver um corpo deitado. Com uma expressão serena, como se não se importasse com que iria encontrá-lo. Como se não ligasse para os que iriam ficar. O quarto estava todo tingido de vermelho. Apenas você o tirava da monotonia do resto do apartamento. As paredes brancas manchadas de sangue; o carpete escuro molhado. Na sua mão, algo brilhava, pintado da mesma cor que a abertura em seu pulso.
[/flashback]

O mesmo brilho que agora tenho em minhas mãos. E é com essa faca ensangüentada que tomarei o mesmo destino que você, meu amor.
Porque agora você já não pode fazer nada.
Assim como eu não pude fazer por você.

Fim.

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